segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Do que a Umbanda precisa (Por Rodrigo Queiroz)

Amigos,
Bom dia!
Estou fazendo um curso no ICA e recebemos vários textos de apoio muito bons, de modo que pedi a permissão ao professor para divulgar um deles. Vale muito a pena a leitura e a reflexão sobre nossa conduta e comprometimento com a prática religiosa e com a espiritualidade Maior.
Profº Rodrigo, obrigada pela oportunidade!
Muito axé a todos!
Nelly

Do que a Umbanda precisa

“Dia destes, ao final de uma gira de desenvolvimento mediúnico, manifestou-se Pai João de Angola, o Preto Velho regente da casa.
Como de costume, acendeu seu cachimbo, cumprimentou os presentes e chamou todos para bem perto dele, e após se acomodarem ele pediu que todos respondessem uma pergunta simples: Do que a Umbanda precisa
E assim um a um foram respondendo:
Mais união
Mais estudo
Mais divulgação
Mais Respeito
Mais reconhecimento
Mais,mais e mais...
Após todos manifestarem suas opiniões, Pai João sorriu e disparou: Muito se diz do que a Umbanda precisa, não é? ? E eu digo que a Umbanda precisa de filhos!
Silêncio repentino no ambiente.
Naturalmente os filhos ficaram surpresos e ansiosos para a conclusão desta afirmação.
Pai João pitou, pensou, pitou, sorriu e continuou: é isso. A Umbanda precisa, sobretudo, de FILHOS!
Porque um filho jamais nega sua mãe, sua origem, sua natureza. Quando alguém questiona vocês sobre o nome de sua mãe, vocês procuram dar um outro nome a ela que não seja o verdadeiro? Um filho nem pensa nisso, simplesmente revela a verdade. Assim é um verdadeiro Filho de Umbanda, não nega sua religião, nem conseguiria, pois seria o mesmo que negar a origem de sua vida, seria o mesmo que negar o nome de sua mãe.
Um filho de Umbanda, dentro do terreiro limpa o chão com devoção e não como uma chata necessidade de faxinar.
Um filho de Umbanda dá o melhor de si para e pelo terreiro, pois sente que ali, no terreiro, ele está na casa de sua mãe.
Um filho de Umbanda ama e respeita seus irmãos de fé, pois são filhos da mesma mãe e sabem que por honra e respeito a ela é que precisam se amar, se respeitar e se fortalecer.
Um filho de Umbanda sente naturalmente que o terreiro é a casa de sua mãe, onde ele encontra sua família e por isso quando não está no terreiro sente-se ansioso para retornar, e sempre que lá está é um momento de alegria e prazer.
Um filho de Umbanda não precisa aprender o que é gratidão. Porque sua entrega verdadeira no convívio com sua mãe, a Umbanda, já lhe ensina por observação o que é humildade, cidadania, família, caridade e todas as virtudes básicas que um filho educado carrega consigo.
Um filho de Umbanda não espera ser escalado ou designado por uma ordem superior para fazer e colaborar com o terreiro, ele por si só observa as necessidades e se voluntaria, pois lhe é muito satisfatório agradar sua mãe, a Umbanda.
Um filho de Umbanda sabe o que é ser Filho e sabe o que é ter uma Mãe.
Quando a Umbanda agregar em seu interior mais Filhos que qualquer outra coisa, estas necessidades que vocês tanto apontam como união, respeito, educação, ética, enfim, não existirão, pois isto só existe naqueles que não são Filhos de fato.
Tenham uma boa noite, meus filhos!”
Pai João pitou mais uma vez e desincorporou.
Diante dele, seus filhos, com olhos marejados, rosto rubro, agradeciam a lição.

Saravá a Umbanda, salve a sabedoria, salve os Pretos Velhos.

Fonte: Rodrigo Queiroz, texto de apoio para o curso virtual "Arquétipos da Umbanda", www.ica.org.br.

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domingo, 31 de julho de 2011

Mironga de Preto Velho - parte 2

Caros Amigos,
sempre que posso faço a indicação da fonte dos textos, contudo, esse próximo não tem a origem ou autor... sendo assim, peço mil desculpas por não poder citar a fonte. E o recomendo, pois é uma leitura profunda e imperdível - como todas, claro. rsrsrs.
Abraços com muito axé!
Nelly

Mensagem de Pai Firmino do Congo

“Minha filha tem muita mironga ainda a ser feita por este nego velho! E quando digo velho não me refiro à idade no corpo físico que indica a senilidade, mas me refiro à caminhada evolutiva, pois o Espírito em si não tem idade, não tem sexo e nem cor racial, embora, a sua aura demonstre o quanto já caminhou.

Muitos filhos podem inté perguntar: mas Pai Firmino com tanta modernidade e avanços tecnológicos o senhor ainda acha que mironga funciona? O homem moderno é muito prático e não tem tempo pra essas coisas de mironga não! E aí nego velho vai dizer prá suncês:- é uma pena que os fios não tenham tempo para entender e sentir a mironga que esse nego fala.

A mironga que me refiro é aquela nascida de um coração que aprendeu na dor, a não desfazer da lei do amor!

A mironga que falo é aquela que esclarece o filho de fé na hora do falador a não contrair mais débito com a Lei de Zambi!

A mironga que tento ensinar aos filhos de fé é aquela que tem por aliada no serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo a humildade!

A mironga de nego velho é tentar dizer aos filhos que é melhor o entendimento do silêncio do que palavras ditas intempestivamente!

A mironga de preto velho é observar mais para saber agir evitando assim danos e sofrimentos alheios!

E suncês meus fios que estão nessa escola bendita com a professora mediunidade como é que estão fazendo a lição?

Quando estão na Terra os filhos só olham os fatos com a visão do agora, o que é um grande erro, pois esquecem que para o Espírito o ontem, o hoje e o amanhã sempre são vistos como momento presente.

Então meus fios aproveitem a oportunidade e ajudem aos negos velhos a fazerem suas mirongas: mirongas de paz, harmonia e de retirada dos quebrantos filhos do egoísmo, do ódio e da indiferença.”

Pai Firmino do Congo

Salve o Povo de Aruanda!

A importância da educação mediúnica

Mitos e Preconceitos

“Desenvolver a mediunidade não significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas sim, em habilitar alguém a assumir conscientemente o Dom com o qual foi ungido. Ao contrário do que apregoam, mediunidade não é punição, e sim benção divina, concedida ao espírito no momento em que encarna.”

A educação mediúnica é de suma importância para quem realiza práticas magísticas ou religiosas de fundo espiritual, espiritualista ou espiritualizador.

Quando alguém adentrar pela primeira vez num templo de Umbanda, notará que os praticantes fazem certas saudações rituais de significado ou valor por eles desconhecidos. O comportamento exterior dos praticantes se altera, eles se tornam diferentes dentro do recinto consagrado às práticas religiosas.

Tudo isto faz parte de educação mediúnica e os comportamentos têm de estar afinizados com o que se realiza dentro de um espaço consagrado.

Mas até aqui, ainda estamos abordando aspectos exteriores da formação religiosa, pois ao nos voltarmos para o interior dela, deparamo-nos com a educação mediúnica. Para colocar o médium em sintonia com o mundo invisível, cria-se toda uma pré-disposição às manifestações espirituais e aos rituais magísticos.

A educação mediúnica é muito importante, pois só se reeducando internamente um médium alcança níveis vibratórios mentais e conscienciais que lhe facultam os níveis espirituais superiores a sintonização mental com seu mestre individual a neutralização de possíveis vícios antagônicos (fumo e álcool, utilizados nos trabalhos) com as práticas religiosas e a compreensão ou percepção do que está acontecendo à sua volta, mas que não está visível, assim como do que está acontecendo dentro de seu campo mediúnico. Quando bem educado mediunicamente, sua sensitividade é capaz de identificar presenças positivas ou negativas que adentram em seus limites vibratórios.

Aí temos em poucas linhas, um apanhado de como a boa educação mediúnica auxilia os praticantes ou médiuns.

Mitos

Os mitos sempre têm um pouco de verdade e um pouco de fantasia.

É comum dizer-se que quem desenvolve sua mediunidade torna-se mais capaz do que aquele que não a desenvolve. Isto é uma verdade somente se aquele que se desenvolveu mediunicamente também compreendeu os compromissos que assumiu. Mas é pura fantasia se ele nada entendeu sobre seus compromissos. Uma vez que adquiriu um poder relativo, começa a se chocar com um poder absoluto, que é a Lei de Ação e Reação; assim, sua suposta superioridade logo o lança em um sensível abismo consciencial.

Portanto, quando o assunto é mediunidade, todo cuidado é pouco e toda precaução não é o suficiente, se não estiver presente uma forte dose de humildade e compreensão de que um médium não é um fim em si mesmo, mas sim tão somente um meio.

Preconceitos

Muitos são os preconceitos quanto à educação mediúnica. Muitas pessoas temem certas inverdades divulgadas à solapa por desconhecedores das religiões espiritualistas.

Vamos a algumas colocações correntes que pululam no meio religioso:

· a mediunidade é uma provação purgatória;

· a mediunidade é uma punição cármica;

· a mediunidade escraviza os médiuns;

· a mediunidade limita o ser.

Comecemos por desmentir estas colocações negativas:

1 – mediunidade não é uma provação purgatória, mas sim uma provação Divina e um Dom que aflorou no ser que alcançou uma certa etapa evolutiva e assumiu um compromisso no plano astral antes de encarnar. Se bem desenvolvida, irá acelerar sua evolução espiritual;

2 – não é uma punição cármica, mas sim um ótimo recurso que a Lei nos facultou para nos harmonizarmos com nossas ligações ancestrais;

3 – não escraviza o médium, apenas exige dele uma conduta em acordo com o que esperam os espíritos que através dele atuam no plano material para socorrer os encarnados necessitados tanto de amparo espiritual quanto de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimento;

4 – não limita o ser, pois é um sacerdócio. E, ou é entendida como tal ou de nada adianta alguém ser médium e não assumir conscientemente sua mediunidade;

Para concluir, podemos dizer que a mediunidade, por ser um Dom, tem de ser praticada com fé, amor e caridade. Só assim nos mostramos dignos do Senhor de Todos os Dons: nosso Divino Criador!

Pai Rubens Saraceni

(texto extraído do livro “O Código de Umbanda”, pág. 589.)