sábado, 25 de fevereiro de 2012

Canção para a Mãe do Mar

Essa foi feita no dia 02 de fevereiro...
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Em tempo...uma canção e uma reza pra Mãe do Mar:

Senhora Sereia, encantada yara, amor que semeia a vida e a paz.

Tu que também é Maria, mareia meu caminhar.
...
Linda cabocla que mora no mar, olhai por meus caminhos, meus irmãos e meus filhos, e, as dores de amar.

Olhai, doce Senhora, pra essa filha do Mar, abençoa meu destino, a minha vontade no Bem e, se possível, viva, lúcida e límpida a luz do meu pensar mantém.

Salve a Mãe de todos nós...Odoyá!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Casa de Todos

O hábito de estudar sobre a espiritualidade é algo que passei a
cultivar com o tempo. Com isso e com o passar dos anos e de algumas
experiências fui percebendo que nessa busca de clareza apagamos parte
daquele brilho que nossa alma já traz que é a espiritualidade
espontânea, simples e verdadeira dos primeiros tempos, passamos pois a
sermos racionais – às vezes em demasia.
O exercício da Umbanda com sua Universalidade própria, com seu formato
amplo e múltiplo não permite que criemos “verdades para todo o
sempre”. A Umbanda é maleável, flexível, todos os espíritos cabem
nela. É a “Casa de Todos”, Vó Benedita ensinou. Nela nossos paradigmas
são revistos constantemente a tal ponto que às vezes nos sentimos
perdidos, confusos. Cada vez que penso ter certeza de algo, vem a Espiritualidade e me coloca em situações diferentes, inovadoras que me ajudam e ser mais flexível, humilde e simples (mesmo quando não quero ou não espero por isso rsrsrs). Vejo que as Entidades nos ensinam a usar
conceitos, ritos e princípios de modo a ampliar nossa visão de mundo.
Aprendendo que tudo é possível, pois o veículo imaterial do espírito -
o pensar se estende a esferas que não alcançamos conscientemente, isso
pela própria densidade de nosso estado na matéria (corpo físico). O
incerto e o improvável tornam-se possíveis quando o assunto é
desenvolvimento mediúnico e espiritual. Isso me faz lembrar o que um
Caboclo me falou uma vez: tudo o que seu pensamento é capaz de
conceber, existe e tem eco em algum lugar do Universo.
Cada um – encarnado ou não é a manifestação do mistério a que chamamos
Zambi (Deus) a se desdobrar em múltiplas faces, cores e histórias.
Cada Linha de Trabalho é um mistério em si, assim como cada
situação que chega ao Templo nas noites de atendimento...também como a
lente individual com a qual enxergamos a espiritualidade e sua atuação
na Terra e assim por diante.
Jamais entenderemos o brilho do olhar que um Preto Velho expressa ao
fazer o sinal da cruz em nossa fronte ou mesmo saberemos quais esferas
a dança ritual da Cabocla Jurema alcança, nem que lutas estão sendo
travadas contra o mal, entre a gargalhada do Exu e o giro da
Pombagira. Nem fazemos idéia do que uma vela no cruzeiro das Almas limpa em nossa própria alma. Não temos ainda sabedoria ou desprendimento ou o que quer
que seja necessário para entender esses mistérios divinos, mas podemos
observar o Bem que eles podem causar, os sentimentos que reorientam e
refinam em nós. Isso por enquanto basta ao meu espírito.
Por isso, aos que me perguntam sobre o que é importante
estudar para ser um bom médium eu digo: leia livros sim, não só sobre Umbanda, mas sobre espiritualidade - valorize a leitura que enobrece a alma; leia as
entrelinhas do que as Entidades nos ensinam, ouça, observe, reflita, questione e dialogue sempre que for possível; mas jamais deixe de aprender a ler a
si mesmo. Porque é no nosso interior que estão as principais respostas
para o entendimento da Vida que habita dentro e fora de nós. É lá que Zambi fez sua morada e é lá que nos reencontraremos com Ele novamente.

Axé!
Nelly