quarta-feira, 15 de junho de 2011

Liberte-se (by Jorge Salum) - parte 1

REALIDADE INTERNA E REALIDADE EXTERNA
PERSONALIDADE E CRENÇAS LIMTANTES

A realidade externa nunca é o que acreditamos que ela nos parece ser, ela é, apenas, um espelho da nossa realidade interna. Nossa realidade interna é formada a partir da percepção e interpretação que a nossa personalidade faz da realidade externa...

Nossa personalidade é constituída por um conjunto de crenças que fazem parte de nossa mente que estabelece uma maneira personalizada de conceituarmos e de interpretarmos a nós próprios, às outras pessoas, aos eventos e à vida em geral, ou seja, à realidade externa. Este conjunto de crenças que constitui a nossa personalidade foi formado a partir de todas as experiências que tivemos no passado.
Todos nós passamos por diversas experiências no passado, entre elas: perdas, frustrações, enganos, rejeição, abandono,humilhação, incompreensão, privação, perseguição, injustiça, punição, traição, fracassos, erros, abusos.

No momento em que a experiência é vivenciada podemos reagir com diferentes emoções ou sentimentos, entre eles: medo, raiva, tristeza, culpa, mágoa, solidão, impotência, ciúme, desgosto, vergonha, revolta, repugnância, inveja, desespero, impaciência, intolerância, incapacidade, desilusão, desesperança, menos-valia, apatia, orgulho, desânimo, insatisfação, auto-reprovação, auto-desgosto.

A combinação de uma determinada experiência passada com a emoção ou sentimento, vivenciado no momento da experiência, formata uma crença dentro de nossa mente, que poderia ser:

- Os outros não são confiáveis;
- Eu não sou amado / considerado / desejado;
- Eu sou inferior / superior aos outros;
- Eu não sou bonito / capaz / bom o suficiente / inteligente;
- Eu sou responsável pela felicidade / infelicidade dos outros;
- Os outros são responsáveis pela minha felicidade / infelicidade;
- Eu não mereço ter dinheiro / poder;
- Eu não mereço o carinho / amor / consideração / atenção / respeito dos outros;
- Se eu for fiel ao que eu quero / ao que eu gosto / a quem eu sou não serei aceito pelos outros;
- Eu sou um peso para os outros;
- A vida é dura / viver é sofrer / tudo é muito difícil;
- Eu só faço besteira;
- Eu não sou capaz de tomar decisões corretas;
- Eu não sou compreendido;
- Não é seguro expressar os meus sentimentos;
- Eu não posso errar;
- Eu tenho que ser perfeito para receber o amor/ a consideração dos outros;
- Eu preciso lutar ou mostrar a minha força para ter o amor / a consideração / o respeito dos outros;
- Eu mereço sofrer;
- Os homens/as mulheres não são confiáveis
- Eu não sou importante;
- Eu sou uma decepção / imperfeito / burro / fraco / indefeso;
- Eu tenho que lutar muito pra conseguir o que quero;
- Eu preciso do amor de uma determinada pessoa para ser feliz;
- Eu sou uma pessoa má;
- Eu não quero estar aqui.

Estas crenças formam filtros que nos impedem de ver a realidade atual como ela realmente é, ou, como preferem os orientais, estas crenças são os véus de Maya, da ilusão, que encobrem a verdadeira realidade.

A somatória destas crenças formata um “programa” em nossa mente que nos induz a interpretar a realidade atual de uma maneira distorcida e nos condiciona a reagir às experiências do momento presente da mesma maneira que reagimos no passado, por exemplo: em um ambiente de trabalho, cada funcionário pode criar uma diferente realidade ao ver o seu chefe de “cara feia”, assim, uma determinada pessoa que vivenciou experiências passadas que a condicionaram a desacreditar na sua própria capacidade, poderá interpretar a “cara feia” do chefe acreditando que ele está insatisfeito com o desempenho dela e reagir estimulada pelo sentimento de insegurança que se encontra armazenado dentro de si, o que poderá desencadear em certo nível de ansiedade e uma série de preocupações subseqüentes. Desta maneira, esta pessoa reforça e recria, neste momento, a realidade interna dela. Outro colega de trabalho que foi marcado por situações passadas de abuso, injustiça e humilhação poderá interpretar a “cara feia” do chefe como mais uma agressão sofrida a ele, o que reforçará ainda mais a indignação e a raiva dentro si e a recriação de sua realidade interna. Um outro colega de trabalho que sofreu abandono e rejeição no passado e que, no seu sistema de crenças, não acredita que é digno de receber a estima de outras pessoas, poderá interpretar a “cara feia” do chefe como mais uma desaprovação à sua pessoa e reagir estimulado pela angústia e pela tristeza que se encontram dentro de si relacionadas com a necessidade de ser bem quisto pelos outros, reforçando e recriando neste momento a sua realidade interna. Todo este processo, na maioria das vezes, acontece de maneira inconsciente e cada um destes colegas de trabalho acreditará na ilusão da sua própria realidade interna, gerando mais stress para
as suas vidas, reagindo e tomando atitudes baseadas nestas crenças, recriando, perpetuamente, a sua própria ilusão individual.
A nossa personalidade cria a realidade externa através das crenças e dos padrões de reações emocionais condicionados pelas experiências passadas e reforça a ilusão do passado a cada novo momento.

(retirado de www.eradourada.com.br)

Nenhum comentário: