domingo, 10 de julho de 2011

Umbanda...quem és?

Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do Exu, o jardim da Ibejada, o nirvana do Hindú e o céu dos Orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pomba-Gira e o doce do Ibeje.
Sou a gargalhada da Padilha, o requebro da cigana, a seriedade do Tranca-Rua.
Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga, Cambinda e Maria do Congo, a traquinada do Zequinha e a sa-bedoria do Sete Flechas.
Sou o fluído que se desprende da mão do medium le-vando a saúde e a paz.
Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mis-tura ao perfume suave do incenso.
Sou o Templo dos Sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre. Não tenho papas. Sou determinada e forte.
Minhas forças?? Elas estão no Homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por cari-dade.
Minhas forças estão nas enti-dades espirituais que me utili-zam para o seu crescimento.
Estão nos elementos: na água, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na tuia, na mandala do ponto riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua Fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo na última particular da tua mente, onde te ligas ao Criador.
Quem sou? Sou a humilde, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o segredo, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança. Sou a cura. Sou de ti.
Sou de Deus. Sou Umbanda.
Só isso… Sou Umbanda!”
(Texto de Elcyr Barbosa)

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