quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quer mudar o mundo? Então comece por si mesmo!


O contato com a espiritualidade é realmente mágico. As Entidades olham pra nós e sempre tem um sorriso, um afago, um conselho ou uma vela pra nos guiar. Dentro do Terreiro: luzes, sons, sabores...sensações diversas e novas. Fenômenos surreais, experiências únicas, belíssimas, de amor, humildade e caridade...Tudo uma surpresa, uma novidade, que alimenta nossa Fé e nossa Admiração (e, que às vezes alimenta nosso ego... ).

Contudo, com o tempo, os próprios guias vão nos orientando (para nosso amadurecimento) para novos rumos dentro da espiritualidade. Rumos que ultrapassem o fenômenico, que ultrapassem a necessidade humana de atribuir ao outro suas próprias responsabilidades. Eles passam a nos convidar à mudança. Que na minha parca experiência de Vida, é o que realmente importa dentro de qualquer trabalho espiritualista.

Mudança, sim. Pois, o universo é regido por uma permanente transformação. E, lembremos: fazemos parte dele. Não estamos fora de toda a energia que gera e mantém o Universo. Nós somos parte dele. Portanto, suscetíveis à mesma eterna transformação.

Quando nos apegamos em demasia as dores, as situações, as pessoas, as crenças...criamos um ciclo do qual nem sempre conseguimos nos libertar...pois estamos indo contra o movimento que nos impulsiona para a frente, para novas experiências, novos patamares de entendimento da Vida.

E isso acontece quando teimamos e insistimos em ver a vida com os olhos da culpa, do julgamento, do controle, do vitimismo, da manipulação, da negatividade, dentro do eterno maniqueísmo ocidental e assim por diante. Nos apegamos...e, fugimos.

A experiência espiritual deve servir a que nossos olhos se abram para a verdade (a verdade de nosso espírito), que nossos corações se fortaleçam para as decisões...para que assumamos o tal do livre arbítrio - que todo mundo cita, mas que a maioria não tem coragem de usar por si, com responsabilidade e consciência. E, em sendo assim, atribuindo aos guias, a Deus e ao restante do mundo a responsabilidade por sua própria vida.

As experiências na espiritualidade são para nos fortalecer na experiência da carne. Momento de reorientar nossa Vida terrena. E, não como uma fuga de nossas batalhas cotidianas.

Vestimos o branco, rezamos, uns incorporam, uns enxergam planos, outros ouvem, outros pressentem, um grande número tem intuições...ótimo! mas não vamos fazer dos fenômenos o grande alimento da nossa espiritualidade. Muito menos da condição mediúnica a grande fuga de nossas dúvidas e dívidas... a vida lá fora continua...vamos organizar nossa vida, nossas escolhas...vamos buscar por nossa Paz, por nossa Cura, por nossa Felicidade! E por tudo aquilo que nos faz pessoas melhores, nem que seja só para nós mesmos...

Mediunidade não é sinônimo de sofrimento, nem de sabedoria.

Contrariamente, sempre aprendi que mediunidade é, apenas, um dos instrumentos da espiritualidade; sendo, portanto, plataforma para transformação! E, para ser tranformação, tem que ter verbo e tem que ter ação...tem que ter a magia natural da Vida sendo orientada para o melhor de nós, mesmo que isso não traga nenhum reconhecimento alheio.

Não é o mundo que tem que mudar, somos nós. E temos que mudar por nós mesmos...a espiritualidade nos auxilia, mas as decisões serão sempre nossas.

Enfim, como diria nosso grande amigo Gandhi, “é melhor que fale por mim a minha Vida, do que minhas palavras.”

Filho de Umbanda que compreende ou que, pelo menos, busca esse entendimento, aprende a fazer do Terreiro espaço verdadeiramente sagrado: lugar e momento de aprender a se transformar; de reorientar sua Vida; de fortalecer e aprender a exercer sua Missão Mediúnica junto a Seara Divina; onde o silêncio, o olhar, o sorriso, as palavras e as ações são verdadeiramente preces; pedaço da Aruanda na Terra e em nossos corações.

Com carinho e muito axé,
Nelly












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