terça-feira, 9 de abril de 2013

Compromisso? o que é isso?


Trabalho e compromisso não são a mesma coisa. Você pode perceber que deve trabalhar seu desenvolvimento mediúnico e vir a aceitar a manifestação da espiritualidade, contudo isso ainda não significa que você esteja comprometido com sua egregóra, nem com sua Casa, nem com sua religião.

Muitas pessoas aceitam o chamado da espiritualidade e adentram as correntes de Umbanda, vestem o branco e permitem a manifestação dos espíritos, mas não estão verdadeiramente comprometidas com a evolução espiritual.

Ainda que a evolução espiritual seja algo sentido e vivenciado individualmente, não conseguimos progredir plenamente em termos espirituais se não nos comprometermos também com a coletividade. Essa coletividade envolve o atendimento à assistência, nos dias das giras mas requer estar consciente de que se faz parte de uma Casa, de uma corrente e que todos serão muito mais fortes se estiverem unidos.

Percebo que em nosso mundo as experiências tomam o foco que deveriam compartilhar com reflexões e aprendizados, havendo sempre um certo senso de competitividade e de pressa em tudo o que se faz. Há também um zelo desmedido no que se refere a ignorar nossa dualidade (achamos que somos sempre os bons, os melhores e os isentos perante a atuação da Lei) e uma tendência recorrente em buscarmos alimentar nosso Ego, deixando de lado o sacrifício, o desapego e a simplicidade (ah! as promessas de milagre e os "atalhos" amargos). Isso sem falar que devoção e celebração são facilmente esquecidos e confundidos com mexericos e cobranças.

Não raro pessoas entram e saem de doutrinas, filosofias, militâncias, igrejas, tendas e giras como quem troca de roupa. Nesse cenário muitos adentram as Casas Umbandistas e anunciam que são "macumbeiros" a torto e a direito, com um orgulho ferrenho por sua "nova" descoberta: a força e o poder da espiritualidade, mas não se comprometem, não se envolvem com suas Casas, nem percebem que a evolução de sua religião também é compromisso de seus adeptos.

A Umbanda com sua Magia e Encanto tem muitos adeptos, mas pouco comprometimento. O comprometimento é necessário para que entendamos o que significa "pertencer" a algum lugar ou grupo (e, em consequência a si mesmo, despertando sua divindade). O comprometimento nos dá a sustentação necessária para as grandes modificações que são oriundas das novas experiências. O comprometer-se não é o mesmo que fanatizar-se ou deixar de questionar o que se passa. Comprometer-se implica que cada um auxilie o seu grupo a crescer e se fortalecer. Comprometer-se é mais do que participar semanalmente, envolve importar-se com o que é necessário para que o melhor ocorra em todas as instâncias e para todos os membros do grupo do qual se faz parte. Comprometer-se e partilhar, é tomar para si parte da responsabilidade pela evolução do todo.

Por isso, comprometer-se requer varrer, tirar lixo, calar-se, acolher, olhar com os olhos bem abertos e estar atento para receber um não ou um sim, uma lágrima, um sorriso ou o silêncio. Comprometer-se é raspar vela, pegar um copo de água, cantar um ponto, ou seja, é colaborar efetivamente para que todos sintam-me igualmente pertencentes e responsáveis.

Saravá!
Nelly



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