terça-feira, 16 de outubro de 2012

Juventude e Umbanda – parte 2

Juventude e Umbanda – parte 2

A faixa etária indicada para o que compreendemos como juventude é bem extensa, isso devido a alterações próprias da cultura terrena. O que chamo a atenção é que nessa faixa etária encontram-se tantas transformações e tantas descobertas que as oscilações emocionais as vezes tornam-se verdadeiros algozes do espírito.

Os pensamentos de desvalorização de si e do outro, a estima rebaixada, os estados de melancolia, a depressão, os distúrbios alimentares, a bipolaridade, as grandes paixões, são estados emocionais que repercutem no campo espiritual do médium e isso pode se dar de tal modo que em algumas situações leva muitos anos para resgatar o equilíbrio espiritual. Lembremos que os sentimentos definem nossas palavras e nossas ações, o que por seu conjunto definem nosso estado de espírito e nossas companhias físicas e espirituais. Estados emocionais e espirituais se confundem com nossas crenças e tudo isso constrói nossa realidade física e espiritual através das encarnações.

Ensinar o poder realizador de nossos pensamentos, de nossas palavras e de nossas ações como sementes do que queremos colher em um futuro próximo é fundamental, pois ninguém foge ao toque da Lei Maior. Lembremos que o corpo mostra-se jovem e imaturo, mas o espírito que o manifesta é antigo e tem seus débitos, seus compromissos, assim como também tem sabedoria, potencial para a Luz.

Aprendi que uma corrente tem que ser serena, equilibrada, que os médiuns devem ter orientação quanto ao papel como disseminadores de conhecimento, modelo para encarnados e desencarnados e, com base nisso, acredito que a Umbanda deve ser ensinada com valores que vão além da vida dentro do terreiro, coisas simples como dizer Boa noite!, Obrigado!, Desculpe! ou aprender a ouvir quem está ao seu lado, ajudar na manutenção da organização e limpeza do espaço físico são ensinados e reforçados continuamente. Parece coisa de pré-escola as vezes...mas é preciso ensinar a dividir, a querer bem o outro que é diferente, ensinar a encarar a vida de frente sem medo e com respeito, é preciso ensinar a ter auto-estima, a ter uma alimentação mais equilibrada, ensinar a respeitar pai e mãe, e por ai vai...

Por isso, insisto que a Umbanda não é só uma religião de fenônemos, mas de valores. Nossos médiuns precisam disso, nós precisamos disso. A Tenda é o lugar no qual vamos para aprender como viver, hoje não só aprender a viver com a espiritualidade e com a religiosidade, mas aprender a viver em grupo, aprender a viver a vida terrena.
Diante de um mundo no qual o desequilíbrio, a doença e o excesso tornam-se o parâmetro do que é “o normal”, a Umbanda pode ajudar a reverter isso, mesmo que minimamente.

Para nossas crianças e jovens a Umbanda pode representar o apoio para que o compromisso encarnatório se verifique com clareza, com orientação, com proteção, com equilíbrio, com saúde, com alegria e amorosidade...Para tal, é preciso orientar, orientar, orientar sempre sem preconceitos, sem tabus, sem o senso de pecado.

É preciso resgatar o senso de responsabilidade de nossos jovens. Responsabilidade por sua encarnação e pelo caminho daqueles que a sua mediunidade toca e influencia. É preciso fazê-los sentir e vivenciar que sempre é possível ser livre, que a alegria deve ser sincera, espontânea...é possível vivenciar a amorosidade por quem não parece ser seu igual e que ser útil é fundamental para entendermos o que podemos construir em nossa caminhada física e espiritual.
É preciso ensinar a celebrar a VIDA!
Para mim isso é UMBANDA!

Axé!
Nelly

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