domingo, 26 de junho de 2011

aprendendo a cantar com uma Preta Velha de Umbanda

Uma vez uma Vó, uma preta-velha de Umbanda, me contou que cantar era costume entre alguns escravos. Não como uma forma exclusiva de manifestação de alegria, mas como um modo de louvar aos Orixás, de esquecer a dor, de partilhar conhecimento, de curar, de benzer, de alegrar e de chorar. Pois bem, nessa cantoria toda, eles mantinham a força dos elementos de seus ritos, de suas crenças. Cantava-se para o Sol, para a Lua, para o dia e para a noite. Dizia a preta-velha que eles não "faziam rezá", como fazia o homem branco, eles cantavam. Se eles entoassem palavras desconhecidas sem melodia, sem ritmo, eram castigados como bruxos, então cantavam. De música o homem branco não tinha medo. E assim, de reza à música, de música e reza foram tirando quebranto, foram afastando o mal que se insinuava para suas almas. Muitas das músicas que cantava tinha relação com a força evocada dos Orixás, traziam suas lendas e referências a seu campo de atuação. Sabia instintivamente a preta curandeira que quando se fala, estamos trazendo para a dimensão mais concreta a força que foi vibrada, é uma maneira de dar forma a um sentimento ou pensamento. E o ritmo, incorpora ao nosso ser e ao nosso entorno vibrações com maior poder e potência de manifestação.
Ou seja, a palavra cantada tem um poder danado, mizifio. A palavra cantada faz o coração do 'fio' expandir e sintonizar com planos afins, pois direciona a mente e os sentimentos.
Suas consciências encarnadas não sabiam disso,mas seus Espíritos imortais já conheciam a forma dos ritmos da natureza, dos mantras e das melodias de nossa alma.
Salve a força dos Pontos Cantados!
saravá a sabedoria dos Pretos Velhos de Umbanda!
Axé!

Um comentário:

Zejane Cardoso disse...

Concordo com o artigo : música só faz bem . " Quem canta seus males espanta ".